Um dilema

"Cada geração se considera mais avançada que a anterior e mais sábia que a próxima"

Escutei essa frase uma vez, se não era essa era uma bem parecida, também não sei quem a falou, mas enfim, fiquei pensando: "Somos mesmo? Nossos pais foram? Nossos filhos serão?"
(O conteúdo a seguir apresenta total opinião e análises pessoais, portanto, podem haver diferenças com as suas opiniões queridos(as) leitores(as). Postem suas opiniões sobre o assunto, o post foi mais para abrir uma discussão, pois o assunto é um pouco complexo)

Já pararam pra pensar em como seus pais foram na sua juventude? Ou como eles agiam em relação aos seus avós? Toda as vezes que eu escuto relatos sobre isso, eu só tiro uma conclusão: Meus pais não contestavam nada! Meus avós não valorizavam o estudo para seus filhos, meus pais apanhavam como sacos de pancada por coisas mínimas, mas principalmente por uma coisa rebelde qualquer, tanto que foram se rebelando cada vez menos, mas, foi a mesma geração que lutou contra uma ditadura e a mesma geração que bateu na gente (pelo menos eu apanhei), a geração que viu seus filhos serem dominados pela tecnologia e pela inclusão digital.
Começa então uma nova geração, formada por pessoas cada vez mais informadas e com ideologias próprias, mais politizadas e ao mesmo tempo tão desligada desse assunto, tão consciente e tão consumistas, tão respeitosas e tão desinteressadas pelo que nossos pais enfrentaram no passado que chega a ser um desrespeito.
Agora a pergunta que eu escutei muitos amigos fazerem: Porque nossos pais reclamavam tanto dos nossos avós mas tentaram nos educar quase do mesmo jeito que eles?
Resposta: Nossos pais perceberam que o tempo deles era diferente, a situação era outra, os valores da família eram outros e, o que eles aprenderam deu certo para aquele tempo, mas pela parte da frase mais sabia que a próxima, eles julgaram que deveriam educar seus filhos da mesma forma que aprenderam para prevenir que o que eles sofreram no passado volte a acontecer. Ta ficando complexo!!!
Hoje, com certeza muitos de nós já ouvimos a frase: No meu tempo isso não acontecia. Mas aprendemos como viver em uma sociedade totalmente consumista, tão globalizada e tão dependente da tecnologia, que o ambiente e os valores sociais que nossos pais prezavam, mudaram.
Somos mais avançados por aprender "sozinhos" (com o grande empurrão que a industria e o marketing nos dão desde que nascemos) a viver nessa nova sociedade globalizada e menos sociável fisicamente, coisa que nossos pais não pensavam em ter, para eles era um futuro distante. Mas mesmo assim não contestamos esse consumismo sem limites, para nós não é errado consumir tecnologia porque o mercado manda, somos escravos deste sistema e não percebemos, consideramos como atrasados os que renegam a esse sistema escravizador e viciante.

Ta, você falou muito de gente, dos nossos defeitos e dos defeitos dos nossos pais (das qualidades também), mas e próxima geração???

Não faço ideia, apenas com o tempo essa pergunta poderá ter uma resposta. Agora mesmo, eu não consigo responder por nossa geração. Então vamos refletir se nós, a geração escrava de um sistema criado por nossa necessidade de consumir, escravos da própria vontade, somos mais sábios que uma geração que lutou contra uma ditadura militar e sofriam quase que uma ditadura em suas próprias famílias, mas que por perceberem exatamente o ponto pelo qual eu acabei de me referir, perceberam que não adiantava brigar com os próprios pais(nossos avós), se rebelar contra eles, coisa que vemos nossa geração fazer com frequência, e pelos mesmos motivos que nossos avós brigaram com eles: Futilidades.


Mas e agora, a frase la no começo do post continua sem resposta pra mim, principalmente pela próxima geração, como nossos filhos serão? Em que tipo de sociedade eles crescerão? Os valores que eu aprendi valerão alguma coisa pra eles?

Será que todas as gerações pensaram assim?

Obrigado por ler até o final, e comente a sua opinião sobre o assunto, pois talvez se cada um der uma ideia, essa resposta possa ser mais clara do que imaginamos não é?